domingo, 23 de outubro de 2011

15:15

Nos dias azuis.
Cantarei canções para os dias azuis.
Nos dias cinzas.
Cantarei canções para os dias cinzas.
Cantarei também para os dias cor de abóbora
violeta, de brigadeiro, cor de chumbo, com matizes amarelas e azuis

Aqui, em Leipzig, em Braga, em alguma cidade de Letônia
Ou de outro país báltico.
Cantarei, rodarei, farei canções.

Cantar é como viver.
Não importa a cor do céu.
Sempre há beleza.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O som que chora

E assim de preguiça
Assim de pirraça
Vou deixar você morrer.
Quando no peito só restar os dias
Em que fui feliz
Você vem com veja só
Mas meu peito é uma música popular, meu bem
A dor que aqui martela não vai lhe salvar
No som doido do bandolim
Vou chorando
Junto com a dor que seca
Junto com o amor que morre.

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Inspirado pelo som de Primas e Bordões - Jacob do Bandolim

quinta-feira, 21 de julho de 2011

A dança excêntrica

Luzes, euforia, matizes sujas. Seres estranhos, passos frenéticos, felicidades ébrias. Tudo dança em um movimento cíclico. No meio da tormenta há uma garota de rendas e fitas negadas por seu sapato masculino e seu ar impetuoso. Sobre seu colo descansam livros grossos e empoeirados, seus olhos fixam o teto, como se através dele pudesse ver as estrelas. Mesmo sendo um objeto conflitante, a garota parece fazer parte daquela festa excêntrica, é seu abrigo. Desajeitado um velho e cansado equilibrista quebra os pratos que tentou em vão manter no ar. O estampido acorda alguns do transe, e se olham como se não entendessem bem o que havia ali. Outros olham o movimento e voltam a ele ainda mais convictos.  A menina não gira, mas observa, porque não está de corpo naquele movimento, mas mais forte que isso, está de alma.
Dalila Fonteles Mauler
21/07/2011

 

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Este texto é uma homenagem, mesmo que atrasada, para uma amada e talentosa amiga que aniversariou na quinta passada. Em que a vida, assim com a minha é um grande evento que tentamos manter neutras com nosso olhar clínico, mas que tudo complica porque temos nela a alma!
Cada vez mais alma em tudo para você, Ana Carolina, sua linda!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Garota relicário

Onde mora aquela menina? Qual a cor da sua janela? Ela ainda suspira pelo passado? Ou espera o novo com uma grande ânsia de viver? Ainda escuta as músicas que ouvia naquela tarde, um livro, a sombra de uma árvore e a brisa aliviando o calor? Ela parece estar em todos aqueles momentos, parece viver em todos eles. E espera, espera e espera. Espera o quê? Sonha como sonhava quando tudo era uma página branca. Mas agora sonha com o fairy tale que viveu. Todos eles tiveram sabor de fairy tale, todos parecem mentira de tão doces que foram, será que por isso ela ainda suspira por eles?

 
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Meio açucarado de novo... nem ando assim tão doce não. hehe.
But.. enjoy it (or not).

No player: Beirut - Album The Flying Club Cup.
Lembra muita coisa esse cd. Pessoas que não são mais tão presentes, sentimentos que mudaram de forma, mas ainda se matém....

Creditos da imagem: Deviantart "Reid-Pax"

quarta-feira, 8 de junho de 2011

I just wanna to dive...

Oi pessoal..
hoje não escreverei nenhum conto, nenhuma poesia, nenhuma crônica. Hoje estou a fim de conversar com vocês. Aí vocês perguntam, mas que diabos quer essa criatura doida expondo a vida dela numa página pública da internet? Bom sei lá... Talvez partindo do mesmo princípio que me faz escrever poesias, contos e crônicas, falar e ser ouvida e o mais interessante não ter uma pessoa direta pra quem se fale. Talvez me prolongue mas, enfim.. tou a fim de falar (como já disse) essa porra (desculpem o palavrão) é minha mesmo e aqueles que não tão a fim de ler isso esperem os próximos posts com as coisas de sempre.
Ok, agora vamos ao que me propus..
Achei linda essa imagem que achei no tumblr do meu lindo amigo F A. Que por sinal também é dos blogs de quinta (é só clicar no nome dele pra irem pro link do tumblr, o blog é só procurar no blogroll é o mesmo nome do tumblr). Me emocionei muito quando vi essa imagem. Fui uma criança muito solitária e enquanto boa parte dos da minha idade corriam, brincavam de bonecas ou carrinho, jogavam bola na rua (sim, nasci numa época em que as crianças ainda brincavam assim) eu vivia no mundo dos desenhos animados, dos livros (nem sempre infantis), das revistas em quadrinhos e do videogame. Morava numa rua que só havia clínicas e casas com gente adulta ou velha. Era tímida, e sofria o bom e velho bulling por ser gordinha. Então amiguinhos na escola nem pensar também. A maioria dos meus primos não morava aqui e mesmo na época das férias era um inferno porque eu era a escolhida pra ser tirado sarro. Então cresci assim. Solitária, tímida, instropectiva, insegura... Olhar pra essa imagem foi lembrar de tudo isso. O desenho que inspirou a foto era um dos que eu assistia muito. E esse contexto a garota (Misty) mergulhando com sua estrela (Staryu) me fez fazer uma analogia com minha vida. O passado (o contexto da foto, a animação) e o mergulho, abandonar-me. Abandonar-me de todas minhas relações estranhas e pouco recompensadoras, da minha ansiedade, de todos os problemas que tudo isso acarreta, principalmente minha solidão e distimia eternas, mesmo conhecendo e convivendo com um monte de gente. Isso tudo  é muito cansativo.  Sem querer ser psicanalítica nem nada (quem me conhece também sabe que eu não curto o Freud), mas não precisa ser Sherlock pra saber de onde vem isso tudo. Mas enfim pra quê essa baboseira toda, vocês me perguntam? Ah sei lá. Vi a imagem, ela me afetou e fiquei com vontade de escrever sobre isso. Outra coisa tem me feito pensar muito é esse espaço. Não me sinto mais motivada pra escrever aqui. Acho que as coisas andam muito monótonas. E tenho pensado muito nesses dias que ou realmente o reativo, dando uma cara nova, mudando um pouco a dinâmica das postagens ou fecho isso aqui de vez. Se vocês podessem dar sugestões ficaria extremamente grata, e quem sabe fazer estipulias com template e quisesse me ajudar ficaria feliz também. Queria tornar esse espaço um lugar agadável de conversa. Acho que seria legal pra todo mundo e certeza que ia me ajudar também (Olha a doida querendo fazer terapia online) hauheauh. Mas é isso pessoal. Esse blog existe principalmente por que tem alguém pra ler então me ajudem a construi-lo!
Incrível a catarse! hehe
Obrigada! Até a próxima.